É bastante comum na comunidade de Kung Fu de Belo Horizonte que se explique a Arte através da sua linha mitológica. Uma alternativa menos comum é a linha histórica. Trata-se de uma divisão particular adotada na Wu Wen Kung Fu, de forma a colocarmos os mitos e sua importância no devido lugar e, da mesma forma, a história e os fatos registrados em seu próprio lugar. Cada um tem sua importância e valor para complementar a prática da arte marcial na academia.

Dentro da linha mitológica, o Kung Fu é originário do famoso Templo Shaolin na China e é a mais antiga e diversificada arte marcial. Seu treinamento possibilita ao praticante o desenvolvimento de reflexos rápidos, incrível coordenação e equilibro a consciência mental e física.

Combinando velocidade e força com graça e beleza, ele permite a definição, tonificação e fortalecimento de todo o corpo.

O repertório de golpes utiliza o corpo como um todo. Não há uma prioridade para socos ou chutes. O praticante deverá buscar um entendimento completo de si mesmo para ter à disposição todo o repertório de técnicas.

Também é desenvolvido um extenso trabalho com armas tradicionais chinesas (bastão, espada, lança, facão e muitas outras). Cada arma oferece uma contribuição diferente para a prática e desenvolvimento da coordenação corporal.

Como um atrativo a mais, o Kung Fu oferece uma vivência prática que serve como um caminho de autoconhecimento e despertando o poder interno latente em todo ser humano.

Um pouco sobre as origens

Sua origem histórica confunde-se com o desenvolvimento da civilização e a necessidade de proteção pessoal e de grupos, como as vilas agrícolas.

A necessidade abriu espaço para a profissionalização da proteção. Embora a versão mais conhecida da arte marcial, principalmente a história oriental, tenha como foco Bodhidharma – monge indiano que, em viagem à China, orientou os monges chineses na prática do yoga e rudimentos da arte marcial indiana, que depois inspirou a criação do estilo de Shaolin –, é sabido historicamente, através da referências arqueológicas, que o Kung Fu já existia na China há mais de cinco mil anos.

Wushu é o outro termo chinês para designar o que no ocidente passou a ser chamado de Kung Fu. Na China, o termo Kuo Shu, que significa arte nacional também é usado, mas com menos frequência.

Indícios Históricos e chegada no país

Não há um registro certo que indica quando o Kung Fu foi desenvolvido, mas estima-se que ocorreu há cinco mil anos. Alguns documentos, como o Livro dos Ritos, o qual fora redigido durante a dinastia Chou entre os anos de 1066 a.C. e 403 a.C., já mencionava a existência das artes marciais. Inicialmente havia apenas exercícios respiratórios, mentais e de cultura física, os quais foram desenvolvidos e praticados por monges.

Os benefícios resultantes da prática do Kung Fu são voltados ao crescimento pessoal e mental do lutador. Pode-se dizer que o Kung Fu é ótimo para o bem do corpo e equilíbrio da mente, já que, em paralelo às práticas das técnicas, o aluno é incentivado a conhecer a cultura filosófica que suporta essa arte marcial milenar.

O Kung Fu foi trazido para o Brasil no final da década de 60 por imigrantes chineses e vem se desenvolvendo a cada ano que passa, podendo ser treinado por todos – homens, mulheres, crianças e até idosos.

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